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<title>FSF Europa - Recomendação para o 6º programa quadro da UE</title>
</head>
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<div>
<div align="right">
<h4>Hamburgo, 30 de Abril de 2002</h4>
</div>
<div align="center">
<h1>Recomendação</h1>
da FSF Europa (Free Software Foundation Europe)<br />
com o apoio de outras entidades<br />
<b>Proposta para uma Decisão do Parlamento Europeu
e do Conselho referente às regras de participação de
organizações, centros de pesquisa e universidades
e para a disseminação de resultados de investigação
para a implementação do programa quadro 2002-2006
da Comunidade Europeia</b>
</div>
<br />
<center>
<a href="recommendation.pt.pdf">Disponível em PDF; 128k</a>
</center>
<br />
[ <a href="recommendation.pt.html">Recomendação</a> | Raciocínio | <a
href="supporting-parties.pt.html">Apoiantes</a> ] [ <a
href="more-support.en.html">Mais Apoiantes</a> ]
<br />
<h3>Raciocínio</h3>
<p>
As notas sobre "Introdução aos instrumentos disponíveis para
implementação das áreas temáticas prioritárias do PQ6" e a "proposta
modificada para uma decisão do Parlamento Europeu e do Conselho" --
doravante referidas como a "Proposta" -- definem vários objectivos e
prioridades para o 6º Programa Quadro. Esta secção explicará porque e
como alguns destes podem beneficiar do Software Livre.
</p>
<h4>Aumento da vantagem Europeia</h4>
<p>
Para aumentar a competitividade internacional, é importante
incentivar o libertar de dependências de software e hardware de
companhias dos EUA. O Software Livre é um método provado de
promover esta independência como pode ser visto quando se estuda a
independência de plataforma de hardware dos sistemas operativos de
Software Livre disponíveis hoje.
</p>
<p>
Os sistemas operativos de Software Livre cobrem uma gama mais
vasta de plataformas de hardware do que qualquer sistema operativo
proprietário. Devido às inerentes propriedades do Software Livre,
eles podem tambem ser adaptados com menos problemas e por
fornecedores locais, assim reduzindo a dependência de hardware e
abrindo novas perspectivas para desenvolvimento e indústria de
hardware e software inovadores tanto ao nível local como Europeu.
</p>
<p>
Como citado no parágrafo 1 da proposta, o Artigo 163 do Tratado dá
à Comunidade o objectivo de reforçar as bases científicas e
tecnológicas da indústria Comunitária e incentiva-as a tornarem-se
mais competiticas ao nível internaciona, enquanto promovem
actividades de investigação consideradas necessárias em virtude de
outras políticas processuais.
</p>
<p>
Promover o Software Livre ajudará a atingir este objectivo.
</p>
<h4>Criação de uma economia do conhecimento sustentável</h4>
<p>
Sustentabilidade é uma das maiores vantagens oferecidas pelo
Software Livre, e em especial pelo Software Livre com
``Copyleft''. Pode-se facilmente encontrar bons indícios disto
quando se considera que esta sustentabilidade crescente permitiu
ao Software Livre criar dois principais sistemas operativos [<a href="#1">1</a>]
tão bons quanto, e em alguns casos ainda melhores que, sistemas
operativos proprietários com uma minúscula fracção [<a href="#2">2</a>] dos
recursos gastos nos sistemas operativos proprietários.
</p>
<p>
Dado que os sistemas operativos são a primeira parte da
infraestrutura do Software Livre, a sua criação foi o passo
inicial. Por isso, eles providenciam a maior base de experiência
com Software Livre, motivo pelo qual foram escolhidos para a maior
parte dos exemplos neste documento.
</p>
<p>
Deve-se, contudo, entender que o Software Livre funciona de modo
similar noutros campos e não está limitado a sistemas operativos.
</p>
<p>
Na perspectiva de construir uma economia do conhecimento
Europeia, deve ser auto-explicável que o software será a base
desta economia.
</p>
<p>
O acesso à tecnologia sobre a qual a economia do conhecimento será
construída deve ser incentivado, e não evitado. Quanto mais
pessoas, organizações e companhias tiverem acesso aos
pré-requisitos fundamentais da economia do conhecimento, mais
dinâmica e competitiva a economia do conhecimento será.
</p>
<p>
O Software Livre oferece a maior acessibilidade conhecida hoje.
</p>
<p>
Estas propriedades do Software Livre pode ajudar a atingir os
objectivos do Parágrafo 5 da Proposta, que se refere a conclusões
apontadas ao estabelecimento rápido de uma área de investigação e
inovação Europeia com vista à criação de emprego e crescimento
económico, no contexto do desenvolvimento sustentável, com o
objectivo final de permitir que a União, nos próximos dez anos, se
torne na mais competitiva e dinâmica economia do conhecimento.
</p>
<h4>Princípios Éticos</h4>
<p>
Embora o acesso ao software nunca tenha sido reconhecido com um
direito fundamental por nenhum sistema político que conheçamos,
parece óbvio que o acesso ao software se tornou num crescentemente
importante pré-requisito para poder participar no desenvolvimento
cultural, social e económico da espécie humana.
</p>
<p>
Com o software a tornar-se o mais importante meio de conhecimento,
acesso ao software e a liberdade de o usar tornam-se imediatamente
ligados a tão fundamentais princípios da democracia como a
liberdade de expressão [<a href="#3">3</a>].
</p>
<p>
O Software Livre garante acesso e utilização iguais a todas as
pessoas, evitando tais problemas por completo.
</p>
<p>
Assim, também parece ser a melhor escolha quando visto em acordo
com o Parágrafo 11 da Proposta, que indica que actividades de
investigação feitas no âmbito do Programa Quadro devem respeitar
princípios éticos fundamentais, em particular aqueles que aparecem
na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
</p>
<h4>Integração da Investigação e Indústria Europeias</h4>
<p>
O Software Livre incentiva a integração e a cooperação de uma
maneira bastante eficiente. A capacidade de trabalhar em conjunto,
não importando o tamanho ou a localização dos parceiros
envolvidos, é uma vantagem capital que pode ser usada para
promover os objectivos Europeus.
</p>
<p>
O Software Livre com Copyleft em especial ajuda a manter este
campo de jogo plano e permite que jogadores tão diferentes como a
IBM, um colaborador local, Universidades e um grupo de pequenas
companhias Europeias possam cooperar num projecto. Isto já foi
demonstrado pelo recente acoplamento para trazer o GNU/Linux [<a href="#4">4</a>]
para os mainframes IBM S/390.
</p>
<p>
Graças às propriedades da GNU GPL [<a href="#5">5</a>], nenhum destes parceiros
teve de recear perder os seus investimentos [<a href="#6">6</a>] ou de ser
explorado.
</p>
<p>
A integração e a cooperação entre parceiros comerciais e não
comerciais permitida pelo Software Livre é particularmente única e
parcialmente responsável pelo valor económico do Software Livre.
</p>
<p>
Como indicado pelo Anexo 1 da Proposta, a integração da
investigação Europeia enquanto se reforça as bases científicas e
tecnológicas da indústria Comunitária, é um objectivo seminal a
promover pelo 6º Programa Quadro que pode lucrar com o Software
Livre.
</p>
<h4>Reforcar aproximações interdisciplinares</h4>
<p>
Enquanto que a integração de actividades investigadoras em campos
similares pode ser difícil, fazer o mesmo com investigação
interdisciplinar será normalmente muito mais complicado, embora
muito mais frutífero quando tem sucesso.
</p>
<p>
Os mesmos mecanismos que permitem a integração e a cooperação
entre os campos comerciais e não comerciais simplificará a
cooperação interdisciplinar, tornando o Software Livre uma
excelente escolha para incentivar tais actividades.
</p>
<p>
Isto beneficiaria directamente, também, o Anexo 1 da Proposta que
também especifica que as actividades de investigação serão
baseadas numa aproximação integrada e, onde relevante,
interdisciplinar, incorporando conforme for apropriado dimensões
inovadoras e sócio-económicas.
</p>
<h4>Software científico</h4>
<p>
Com a crescente dependência da ciência em software, o software
torna-se uma parte integral do processo científico. O método
científico depende da capacidade de verificar resultados, contudo,
e apenas se isto for possível poderá um resultado científico ter
algum significado.
</p>
<p>
Se tal resultado estiver de certa forma dependente em ou publicado
como software proprietário, a verificação torna-se impossível,
reduzindo enormemente o impacto do esforço científico.
</p>
<p>
O Software Livre não tem estas desvantagens, tornando-o a melhor
escolha para todos os tipos de ciência, o que é obviamente uma
preocupação principal da Proposta.
</p>
<h4>Protecção dos dados pessoais e privacidade</h4>
<p>
Dado que a comunicação através do software é sempre opaca, é
seminal que o software em si seja totalmente transparente para que
as pessoas possam reter a possibilidade de saber o que o software
faz quando lhes transmitem os seus dados pessoais ou privados.
</p>
<p>
Actualmente, apenas o Software Livre é verdadeiramente
transparente.
</p>
<p>
Como definido na Carta de Direitos Fundamentais da UE, a protecção
de dados pessoais e privacidade torna-se crescentemente importante
com a aproximação da idade da informação. Promover o Software
Livre ajudará a respeitar a Carta.
</p>
<h4>Tecnologias da sociedade da informação</h4>
<p>
Como afirmado acima, a Europa já tem um papel de líder no
desenvolvimento de Software Livre e a comunidade Europeia de
Software Livre é a mais activa no mundo inteiro.
</p>
<p>
Como afirmado anteriormente, a Europa está bem posicionada para
liderar e formar o desenvolvimento futuro não só de tecnologias
mas também do seu impacto na nossa vida e trabalho.
</p>
<p>
Se a Europa capitalizar nesta vantagem, poderá tornar-se o líder
mundial na tecnologia da informação e na economia do conhecimento.
</p>
<hr />
<p>
[<a name="1">1</a>] O mais proeminente sistema operativo de Software Livre empregue hoje
em dia é certamente o sistema GNU/Linux -- frequentemente referido
apenas como ``Linux'' -- baseado no projecto GNU iniciado em 1984 pela
Free Software Foundation; deve notar-se que, contudo, outros sistemas
operativos de Software Livre como os sistemas FreeBSD, NetBSD e OpenBSD,
baseados na ``Berkeley Source Distribution'' (BSD) também são usados com
muito sucesso.
</p>
<p>
[<a name="2">2</a>] Quão grande esta fracção pode verdadeiramente ser pode apenas ser
estimado. É certamente inferior a 10% e muito provavelmente abaixo de
1%.
</p>
<p>
[<a name="3">3</a>] Isto não parece ser uma hipérbole tendo em conta que algumas
licenças de software proprietário especificam (neste caso, um programa
de criação de páginas de internet) que não pode ser usado para para
dizer algo desfavorável a respeito do fornecedor do software. Mesmo que
esta cláusula não consiga aguentar-se em tribunal, mostra claramente
como a tecnologia consegue interferir com a liberdade de expressão.
</p>
<p>
[<a name="4">4</a>] As partes essenciais que estão cobertas sob a GNU General Public
License e a GNU Lesser General Public License
</p>
<p>
[<a name="5">5</a>] Por favor visitar <a href="http://www.gnu.org/licenses/gpl.html">http://www.gnu.org/licenses/gpl.html</a> (existe uma
tradução não oficial para Português [do Brasil] em
<a href="http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt">http://www.magnux.org/doc/GPL-pt_BR.txt</a> )
</p>
<p>
[<a name="6">6</a>] A IBM investiu Mil Milhões de Dólares em actividades de Software
Livre no ano passado.
</p>
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